Quando o Cabral, o português, chegou a terras brasileiras encontrou por
aqui os povos indígenas, que já ocupavam este território e relatou a Portugal a
“descoberta” deste Novo Mundo.
Quando o nosso atual Cabral, o Sérgio, chegou ao governo do Estado em
2007, diversos representantes de tribos indígenas também já ocupavam um espaço
anexo ao complexo do Maracanã. Inclusive muito antes deste Cabral, Darcy
Ribeiro já havia lutado para transformar aquele espaço o primeiro museu de
combate ao preconceito étnico na América latina.
Cabral, o Pedro Álvares, iniciou um processo violento de dominação e
exploração destes povos e de sua terra, iniciando guerras e tentando
escravizá-los. Estes povos que cá habitavam resistiram bravamente, mas força
bruta do dominador era muito poderosa.
Cabral, o Governador do Rio, descobriu também um novo mundo chamado
“Cidade Olímpica” onde poderia fazer praticamente qualquer coisa, como remover
famílias, violar direitos humanos, vender o Maracanã e gastar rios de dinheiro público sem nenhuma contrapartida social.
Fonte: Página do FB da Aldeia Maracanã |
No final do mês de março de 2013, Sérgio Cabral decidiu mobilizar suas
tropas para remover a heroica ocupação do prédio anexo ao Maracanã, chamada de
Aldeia Maracanã. Depois de mais de 6 anos de ocupação e de batalha pela
construção de um museu de referencia da cultura indígena. Mais de 200 soldados
mobilizados para aproximadamente dezenas de índios e alguns movimentos sociais
solidários a causa, cumpriram o mandato de reintegração de posse com uma força
descabida, para mostrar quem é o dominante.
Os povos indígenas tanto com o Cabral português quanto com a nossa
versão carioca estão a 513 anos resistindo à tentativas de destruição de suas
culturas e seus modos de vida. Parte dos índios foram colocados em um
alojamento em Jacarepaguá, onde supostamente haverá a construção do tão
batalhado museu. Resta saber se 513 anos sendo enganados por algum Cabral os
índios poderão confiar nesta promessa.
*Texto Originalmente Publicado na edição número 56, de Abril de 2013 do Jornal Abaixo Assinado de Jacarepaguá
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